24 de outubro de 2010

Impactos da Era da Informação: 5 Razões para utilização dos ativos intangíveis


É claro, para a maioria dos leitores, que estamos vivendo a era da informação já preconizada por Porter, não é isso? Partindo dessa premissa, acreditamos ser fundamental explicitar o entendimento de que a competição nesta era tornou obsoletas muitas das premissas fundamentais da concorrência industrial.

Para Kaplan e Norton (1997) O impacto da era da informação é ainda mais revolucionário para as empresas de serviços do que para as indústrias. Isto por que por muito tempo estas empresas conviveram com um ambiente não competitivo, o que as mantinha em uma situação de conforto.

Devido a isto é verificado que este novo ambiente em que as organizações estão inseridas carece de novas capacitações e exploração mais efetiva tanto dos ativos tangíveis, quanto dos invisíveis, ou intangíveis. Kaplan e Norton (1997), em seu livro Estratégia em Ação, chegam a citar que “A capacidade de mobilização e exploração dos ativos intangíveis ou invisíveis tornou-se muito mais decisiva do que investir e gerenciar ativos físicos tangíveis”.




Schmidt e Santos (2002) definem ativos intangíveis como recursos incorpóreos, controlados pela entidade, capazes de produzir fluxos de caixa futuros. A definição apresentada pelos autores é uma extensão da definição de ativo, incorporando a característica de intangibilidade.

Segundo Kaplan e Norton (1997), o valor é conseguido com o aperfeiçoamento da capacidade de gerar mais conhecimento, ou seja, da capacidade de gerenciar a intangibilidade dos ativos invisíveis. A capacidade de mobilização e exploração dos ativos intangíveis ou invisíveis torna-se muito mais decisiva que gerenciar e investir em ativos tangíveis.

Assim, devido a isto, elencamos algumas razões principais para utilização destes ativos*, a saber:

· * Estes ativos permitem com que a empresa desenvolva relacionamentos que conservem a fidelidade dos clientes existentes e permitam que novos segmentos de clientes e áreas de mercado sejam atendidos com eficácia e eficiência;

* Além disso, auxilia a mesma no lançamento de produtos e serviços inovadores desejados por seus clientes-alvo;

* Outro fator é que, a utilização destes recursos permite que as empresas produzam bens e serviços customizados de alta qualidade a preços baixos e com ciclos de produção mais curtos;

* Os ativos intangíveis se bem utilizados também, mobilizam as empresas, suas habilidades e motivam seus funcionários para a melhoria contínua de processos, qualidade e os tempos de resposta;

* Por fim, estes recursos potencializam o uso da tecnologia da informação, banco de dados e sistemas.

Assim, esperamos ter passado a importância dos ativos intangíveis para as organizações. Além disso, esperamos com este artigo relembrar alguns conceitos a aqueles que já dominam o assunto, e trazer àqueles que ainda não o conhecem para a atual realidade já tão evidenciada na atualidade.



*visão de Kaplan e Norton (1997)


"MKT 31/05"
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18 de outubro de 2010

Tributos fazem de importados 'populares' artigos de luxo no Brasil - por Anay Cury (G1)

Produtos chegam a ter valor triplicado quando vendidos no país.
Alta carga tributária é a grande responsável, dizem especialistas.

por Anay Cury Do G1, em São Paulo

Nem tudo o que vem de fora e é considerado artigo de luxo no Brasil tem o mesmo apelo nos seus países de origem, muito menos chegam a custar tanto. Considerada vilã dos produtos importados, a carga tributária brasileira é apontada pelos especialistas como uma das principais razões para que marcas tidas como populares no exterior sejam vistas como grifes no Brasil.
"A carga tributária no Brasil é muito concentrada em produtos. Para todos os produtos produzidos e vendidos no país, há incidência de IPI, PIS, Cofins e ICMS, que tem o maior peso.

Para os itens importados, há ainda o Imposto sobre Importação, que é a cereja do bolo", disse o professor e advogado tributarista, do escritório Sacha Calmon Misabel Derzi Consultores e Advogados, André Mendes Moreira.

Devido à cobrança de impostos quando chega ao Brasil, um carro considerado popular no exterior, como o Smart, chega a custar mais de R$ 64 mil no mercado nacional. Nos Estados Unidos, por exemplo, o mesmo carro pode ser comprado por R$ 20 mil, praticamente um terço do preço.

"Há diversos exemplos de carros que são vistos como se fossem de luxo. É o caso do Toyota Camry. Aqui ele é carro de luxo. Nos Estados Unidos, o modelo é acessível para uma família de classe média", comparou o especialista. Os preços do automóvel variam de R$ 50.478, no exterior, a R$ 131 mil no Brasil, conforme cálculos do escritório Sacha Calmon.

Apesar de as diferenças de preços parecerem mais expressivas entre produtos de alto valor agregado, itens de consumo pessoal, como perfumes, maquiagens e relógios apresentam variações proporcionais. Enquanto um perfume Polo Ralph Lauren custa R$ 85,93 nos Estados Unidos, no Brasil ele pode ser encontrado por R$ 199. O mesmo acontece com sapatos e roupas.
“Produtos importados têm seu valor acrescido de vários tributos que incidem sobre a importação e taxas aduaneiras. Além disso, há ainda os custos com intermediários aduaneiros e logística.

Tudo isso sem contar com a parcela que é destinada ao lucro do próprio vendedor no Brasil.
Resultado: produtos que, no exterior, são vendidos comumente em lojas de departamento, viram, literalmente, artigos de luxo quando importados e revendidos no Brasil”, disse a diretora do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Letícia do Amaral.

Marketing do luxo

Por custarem mais, quando chegam ao Brasil, o acesso a esses produtos não mantém o perfil da origem. Para a coordenadora do curso de Marketing de Produtos e Serviços de Luxo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Ellen Kiss, um dos exemplos mais emblemáticos é o da rede espanhola de lojas Zara. "Na Europa, as lojas da Zara são populares, porque têm preços populares. Já no Brasil não podemos dizer o mesmo. Não digo que ela veio com o intuito de fazer um reposicionamento da sua marca, como muitas fazem, mas, considerando os espaços em que as lojas estão instaladas e os preços que acabam sendo cobrados no país por conta dos impostos, a Zara não pode ser tida como popular", afirmou. O G1 procurou a rede para comentar o assunto, mas não obteve retorno.

O aumento da classe média e do acesso ao crédito tem permitido que mais consumidores consigam comprar o que antes era restrito apenas aos bolsos da classe A. "Muitas empresas estão vindo para o Brasil também de olho nesse potencial. Elas veem com bons olhos o crescimento da economia brasileira", disse Luiz Goes, sócio sênior da GS&MD – Gouvêa de Souza.

Aliado a essa visibilidade do país no exterior, outro fator contribui para que os produtos importados tenham cada vez mais saída no Brasil. Segundo Goes, empresas estrangeiras em expansão têm procurado mercados alternativos para escoar sua produção. Por manter o consumo interno aquecido, empresários procuram o Brasil e despertam o desejo dos consumidores por seus produtos.

"O Brasil costuma ter um pouco daquela mentalidade de colônia, de que tudo o que vem de fora é melhor. É praticamente garantido que uma marca terá sucesso aqui por ser internacional. No entanto, para que ela se mantenha, é preciso ter qualidade. Não é porque é de marca e cara que ela se sustenta", disse a coordenadora da ESPM.

Mercado brasileiro

O mercado de luxo brasileiro registrou faturamento de US$ 6,23 bilhões em 2009, um
crescimento de 4% em relação ao ano anterior, conforme aponta pesquisa da MCF Consultoria & Conhecimento e GfK Brasil. Neste ano, o setor deverá registrar expansão de 22%, chegando à soma de US$ 7,59 bilhões.

“A crise reduziu o valor do ticket médio, mas nada que gerasse uma preocupação exacerbada para os próximos anos – haverá um ciclo de crescimento vigoroso novamente. O consumidor demonstra o mesmo tipo de atitude positiva em relação ao consumo de luxo e, inclusive, em relação a sua percepção da atividade", disse Carlos Ferreirinha, presidente da consultoria.



Fonte: http://g1.globo.com

"MKT 31/05"
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